Importância da vacina

28/01/2022
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“Na data de 20 de janeiro de 2022, completou exatamente um ano que teve início a vacinação contra a Covid-19 no Brasil. Numa evolução lenta a princípio o número de vacinados não acompanhava a evolução do lado mórbido da pandemia. Outras vacinas chegando e o país fazendo valer seu histórico de bom vacinador pelo seu excelente programa nacional de vacinação e a tradição do brasileiro querer ser vacinado, os adultos foram sendo praticamente todos vacinados. Aí então a história da pandemia começou a mudar de forma radical. Os números de internações caiam na mesma proporção que a vacinação evoluía. Isso mesmo com a chegada da variante Delta no segundo semestre”. As colocações são do médico infectologista que atende em Timbó e municípios da região, doutor José Amaral Elias.

Em entrevista o profissional destaca que “todas as vacinas em uso passaram por todos os testes de segurança e todas, então, aprovadas por órgão competentes em vários países do mundo e pela Anvisa no Brasil. Lembrando que a aprovação no Brasil foi após a realização de uma consulta pública prévia. Na data de 20 de janeiro de 2022 em torno de 9,7 bilhões de doses de vacinas contra o Coronavírus já foram aplicadas em todo o mundo”.

O profissional afirma que “como qualquer substância efeitos adversos são plausíveis. Mesmo em vacinas usadas há décadas isso vem acontecendo. Casos da chamada síndrome de Guillain Barre, que dá um comprometimento neurológico está dentro desses efeitos raros possíveis em vários tipos de vacina (gripe por exemplo) e de forma imprevisível. Tomar uma dipirona, por exemplo tem seus riscos também. Algumas vacinas, principalmente as que contém vírus vivo (que não é o caso das usadas contra a Covid) como a do sarampo ou febre amarela, são contra indicadas em pessoas imunodeprimidas pela possibilidade de se multiplicarem nesses organismos deficientes em defesa”.

De acordo com Amaral “a conta sempre é feita baseada no cruzamento do risco com o benefício trazido. E nessa conta até o momento o lado pró-vacinação é altamente favorável em todas as doenças passíveis de vacina”.

Crianças devem ser vacinadas

Outro aspecto em que a vacinação funciona, observa o médico infectologista “é o grupo de não vacinado vem cada vez mais tendo casos graves e necessitando de internações. Aí entra o das crianças. Além de não vacinadas ainda são grupo de risco para doença mais grave por não terem o sistema imunológico pleno ainda, e outra questão crucial é que nos pequenos a chamada síndrome pós-Covid-19 é muito mais comum que em adultos. Essa síndrome que pode ter envolvimento em vários órgãos como cérebro, pele e coração pode durar anos e com comprometimento até na evolução do aprendizado delas. Por falar em coração, efeito raro e benigno da vacina Pfizer é a chamada pericardite. Uma inflação da membrana que envolve o coração. Todos os casos detectados e que foram raros não causaram problemas maiores. Para se ter uma ideia em mais de nove milhões de doses da vacina Pfizer aplicadas nos Estados Unidos em crianças de cinco a 11 anos apenas 11 casos foram notificados e nenhuma morte. Aliás nenhuma morte por qualquer outro motivo foi detectada na vacinação não só nos Estados Unidos como em qualquer outro dos 38 países que já estão vacinando crianças a partir dos cinco anos”.

Voltando ao risco e benefício como uma alteração comum em casos graves por Covid-19, Amaral observa que “é essa mesma pericardite na comparação até o momento tem mostrado que é 16 vezes maior a possibilidade de ter uma pericardite pela doença do que pela vacinação. E a análise não pode se restringir a esse número já que as pericardites em pacientes graves além de serem mais intensas, nesses pacientes outros problemas também virão como insuficiência renal, infecção por bactérias e etc., fazendo que o risco de morte aumente mais ainda”.

O especialista ressalta que “há também o lado de que crianças não vacinadas vão ser as maiores carreadoras do vírus na comunidade. Favorecendo assim maior dificuldade no controle da pandemia e facilitando o surgimento de novas variantes. Portanto com todos os testes de segurança realizados, os benefícios sendo muito maiores que os riscos, a possibilidade do pós-Covid-19 muito alta nas crianças e a experiência de 39 países vacinando suas crianças desde o ano passado e nenhum deles tendo suspendido esse programa por qualquer motivo até hoje não tenho dúvida nenhuma em indicar a vacinação em crianças de cinco a 11 anos”.

 

 


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