Outubro Rosa: um chamado à prevenção
Com a chegada de outubro, inicia-se a campanha do Outubro Rosa, um movimento internacional de conscientização sobre o câncer de mama, que deve afetar mais de 70 mil pessoas no Brasil este ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Apesar do aumento no número de casos, a mortalidade também tem crescido, em contraste com os índices observados em países desenvolvidos.
A campanha visa alertar sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e de hábitos saudáveis. O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres brasileiras, representando 1% dos casos em homens, com as maiores taxas de incidência e mortalidade nas regiões Sul e Sudeste.
Em Santa Catarina, o Centro de Pesquisas Oncológicas (CEPON), uma unidade do Governo do Estado, informou que, nos primeiros oito meses de 2024, atendeu 4.827 pacientes com câncer de mama e realizou, em média, 190 mamografias por mês, destacando seu papel fundamental no diagnóstico e tratamento oncológico no estado.
A campanha Outubro Rosa busca reforçar a importância da detecção precoce, uma medida crucial para enfrentar o aumento significativo dos casos de câncer de mama. De acordo com o INCA, a estimativa para 2024 é de 3.860 novos casos de câncer de mama em Santa Catarina. No contexto global, essa doença representa 11,7% de todos os casos oncológicos e é a principal causa de câncer entre mulheres.
O aumento dos casos de câncer de mama está associado ao envelhecimento populacional, a mudanças no estilo de vida e à ampliação do rastreamento mamográfico. A idade é o principal fator de risco, com maior prevalência em mulheres acima dos 50 anos. Outros fatores de risco incluem ausência de gestação, gravidez tardia, amamentação reduzida, obesidade, consumo excessivo de álcool e sedentarismo. Fatores genéticos também desempenham um papel relevante, representando entre 5% e 10% dos casos.
A prevenção primária busca evitar o surgimento da doença, enquanto a prevenção secundária visa minimizar os impactos quando a doença já se manifestou. Hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, prática regular de exercícios, controle de peso e redução do consumo de álcool, podem reduzir a incidência e a agressividade do câncer de mama. Estudos indicam que seguir essas recomendações pode diminuir a incidência da doença entre 10% e 15%.
Na prevenção secundária, a mamografia é a principal aliada. Ela permite identificar o câncer em estágios iniciais, quando ainda não é palpável, aumentando as chances de cura para mais de 90% com tratamentos menos invasivos. A maioria dos casos é detectada por meio da percepção de nódulos ou alterações na mama. Cerca de 60% a 70% dos casos são diagnosticados por nódulos ou mudanças visíveis na mama. As mulheres devem estar atentas a sinais como alterações na pele, inchaço, vermelhidão e caroços na axila.