Meditação questiona a expectativa em nossas vidas
“Baseados no texto de Romanos 9. 1-5 refletimos sobre as expectativas em nossas vidas. Pois, apesar de ser o povo escolhido por Deus, Israel não consegue crer na revelação de Deus em Jesus Cristo, tampouco aceitar que Jesus de Nazaré seja o Messias, aquele que viria libertar o povo”. Com essas palavras a pastora da Paróquia Evangélica de Confissão Luterana em Timbó, Comunidade Cristo Bom Pastor e coordenadora espiritual da Ordem Auxiliadora das Senhoras Evangélicas de Timbó (Oaset), Paula Naegele, fala sobre a realização de mais uma edição dos momentos de meditação junto à Capela do Hospital e Maternidade Oase de Timbó.
O evento que aconteceu na tarde do dia 8 de agosto, contou com a presença de um grande número de colaboradores e profissionais, além de também paciente e familiares. Na oportunidade integrantes da Oaset, do Conselho Diretor e da administração do Hospital também marcaram presença.
Em entrevista a pastora Paula Naegele relata um pouco sobre as palavras que foram proferidas durante a meditação. De acordo com a pastora “analisando o povo israelita, percebemos que a imagem que faziam do Messias pouco ou nada coincidia com sua expectativa messiânica. Diante do domínio romano, o povo esperava um líder militar, armado, forte e organizado, que libertasse o povo da dependência estrangeira. Em âmbito político, esperava um rei articulador, ousado, formador de um novo sistema governamental. Jesus, ao contrário das expectativas messiânicas de seu povo, frustra os israelitas: nasce humilde, cresce em ambiente pouco favorável, coloca-se ao lado dos injustiçados e excluídos, preocupa-se com a integralidade do ser humano, devolvendo sua dignidade e reintegrando-o a seu ambiente familiar, social e religioso”.
Paula observa que “para uma grande parte do povo israelita, Jesus nada tinha a ver com a imagem e a postura do Messias sonhado. A resposta a essa frustração vem em sua incredulidade. Olhando para nossa vida, quantas vezes não nos assemelhamos a esse povo israelita? A partir de Jesus, as bênçãos de Deus estenderam-se a todas as nações. Não há mais privilegiados, tampouco excluídos. Deus quer alcançar todas as pessoas através de seu amor, especialmente revelado em Jesus de Nazaré”.
Assim, a pastora lança os seguintes questionamentos: E quantas vezes também duvidamos de Deus? Quantas vezes nossos preconceitos e nossas expectativas são maiores do que o amor de Deus? Quantas vezes esperamos que as coisas se realizem do nosso jeito, não aceitando nenhuma vírgula diferente? “Muitas vezes, nosso relacionamento com Cristo é distante e vazio. Quantas vezes rejeitamos pessoas, excluímos outras, prendemo-nos a uma única forma de celebrar, às vezes já desprovida de sentido profundo, constituindo-se muito mais em um rito vazio do que em um encontro verdadeiro e que provoque atitudes concretas de amor e solidariedade. Muitas vezes queremos receber essa ou aquela bênção de Deus, mas rejeitamos tão logo ela venha embrulhada diferente de nossa expectativa. Quantas vezes nosso relacionamento com Deus se resume a elencar um sem-número de virtudes e boas ações nossas, achando-nos merecedores da recompensa divina, esquecendo que somos tão simultaneamente justos e pecadores”.
A pastora ressalta que “o Espírito Santo nos ajude a enxergar além de nossas expectativas (às vezes cheias de preconceitos) e ver a graça de Deus que se revela diariamente em nossa vida sob tantas formas diferentes. E que, assim, em gratidão e alegria, nos envolvamos com o reino de Deus, sendo testemunhas como Paulo foi, partilhando como Jesus ensinou e vivendo como discípulos fiéis”.
Importância
A realização destes momentos de meditação, que acontecem uma vez por mês, vem ao encontro do trabalho da Oaset, do Conselho Diretor e da direção do Hospital que estimulam o uso da Capela, que fica aberta ininterruptamente para a oração pessoal de pacientes, seus familiares e de todos os profissionais e colaboradores do Hospital.
As integrantes da Oaset que estavam presentes foram unânimes em dizer que estes momentos de meditação são uma iniciativa muito nobre e certamente resultam em muitos benefícios para os pacientes e seus familiares que podem acompanhar através da sonorização interna que foi instalada no ano passado, através do empenho da Oaset e da direção do Hospital, bem como para os profissionais de Saúde que trabalham no Hospital.
“A Capela do Hospital é um espaço de acolhimento e paz, onde as pessoas podem se conectar com sua espiritualidade e encontrar conforto em momentos difíceis. A realização desses momentos de meditação podem contribuir para a criação de um ambiente ainda mais acolhedor e reconfortante para todos que estão no Hospital neste momento. Em resumo, a ação junto à Capela do Hospital Oase é uma bela iniciativa que pode trazer muitos benefícios para todos os envolvidos”, destaca o presidente do Conselho Diretor, Osvaldo Trisotto, que esteve presente na meditação.
Para a direção, momentos como estes de meditação e louvor fazem parte do trabalho de humanização que o Grupo de Trabalho em Humanização (GTH) vem desenvolvendo dentro da unidade hospitalar. “A humanização do ambiente hospitalar é um dos pilares da instituição”.