Gotas de fé: meditação na Capela do Oase
“A fé é a certeza de que receberemos as coisas que esperamos e a prova da existência de coisas que não podemos ver.” Com essas palavras de Hebreus 11:1, Tânia Piske Wollinger e Isabel Cristina Marquardt, integrantes da Ordem Auxiliadora das Senhoras Evangélicas de Timbó (Oaset), iniciaram um momento de meditação na Capela do Hospital e Maternidade Oase, em Timbó. As duas estão conduzindo esses encontros durante a licença-maternidade da pastora Paula Naegele, da Paróquia Evangélica de Confissão Luterana em Timbó.
Em uma tarde fria de 13 de agosto, a presença calorosa de colaboradores, membros da Oaset e acompanhantes de pacientes trouxe acolhimento e reflexão ao momento de meditação. A mensagem do dia, baseada em Hebreus 4:12-16, desafiou os participantes a refletirem sobre sua relação com a Bíblia: Como você se relaciona com a Palavra de Deus? Você a lê diariamente, semanalmente nos cultos, ou apenas em momentos de dificuldade?
Segundo as palavras de Hebreus, “não há certo ou errado, mas o ideal é que tenhamos uma relação íntima com a Bíblia. A leitura bíblica pode parecer desafiadora, às vezes exigindo que busquemos alguém para ajudar na compreensão. Isso pode ser feito com um irmão ou irmã na fé, ou até mesmo com um pastor, pastora, padre, ou alguém em quem você confie.”
Durante o encontro, as integrantes da Oaset compartilharam a história bíblica do encontro entre Filipe e o funcionário etíope, registrada em Atos 8:26-40. O etíope, ao ler o livro do profeta Isaías, admitiu que não compreendia o que estava lendo. Filipe, então, subiu na carruagem e explicou o texto, relacionando-o à obra salvífica de Cristo Jesus. Movido pelo Espírito de Deus, o etíope expressou o desejo de ser batizado e seguiu viagem cheio de alegria, com sua vida transformada.
Tânia destacou o poder transformador da palavra de Deus, citando Hebreus 4:12: “Pois a palavra de Deus é viva e poderosa, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes. Ela penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração.” Ela enfatizou que, embora a palavra de Deus seja poderosa, nem sempre é aceita ou compreendida. Um exemplo disso é a vida de Jesus, que foi perseguido, preso e morto por não ser reconhecido como o próprio Deus e a manifestação do Reino de Deus.
A meditação ressaltou que a palavra de Deus se opõe à exclusão, ao ódio, à injustiça e ao desrespeito pelos mais vulneráveis. Ela busca repreender aqueles que se afastam da vontade divina, chamar ao arrependimento, oferecer a graça como presente de reconciliação, e nos desafiar a viver uma nova vida. “O Espírito Santo age onde e como quer, e, ao permitir que Deus transforme nossa vida e nossa comunidade, podemos sonhar e trabalhar por uma sociedade justa, fraterna e democrática. Para Deus, nada é impossível!”
Após a meditação, os pedidos de oração deixados na urna da Capela foram recolhidos e serão queimados em um culto especial na Comunidade Cristo Bom Pastor, no bairro Quintino.
Em entrevista, Tânia e Isabel destacaram a importância de sua atuação, especialmente em um ambiente onde as pessoas enfrentam o medo da perda. “É uma honra trazer uma palavra que pode ajudar tanto um colaborador quanto um paciente, familiar ou acompanhante. Também é um desafio falar de Deus em um espaço onde coexistem diversos credos.”
A direção do hospital ressaltou que momentos como esses são parte fundamental do trabalho de humanização que o Grupo de Trabalho em Humanização (GTH) vem desenvolvendo na unidade. “A humanização do ambiente hospitalar é um dos pilares da instituição.”
As integrantes da Oaset afirmaram que esses momentos são extremamente gratificantes, percebendo que tanto o espaço da Capela quanto a sonorização instalada nos diversos setores do hospital estão sendo bem aproveitados. “Ouvir palavras de fé e do amor de Deus renova nossa esperança e a vontade de fazer o melhor a cada dia.”